Municipais de Diadema iniciam campanha salarial 2021

No início de março, a direção do Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema abriu o calendário de plenárias setoriais para dialogar com as funcionárias e funcionários públicos de Diadema – estatutários e celetistas da Prefeitura de Diadema, Câmara Municipal, Instituto de Previdência Social de Diadema e Fundação Florestan Fernandes – a respeito da pauta de reivindicações da campanha salarial de 2021.

No total, foram 6 plenárias setoriais desde o último dia 4, onde se reuniram trabalhadoras e trabalhadores da Cultura e Esporte; Defesa Social e Transporte, no dia 9; Assistência Social, Saúde e Segurança Alimentar, dia 11; Comunicação, Desenvolvimento Econômico, Governo, Habitação, IPRED, Meio Ambiente, Obras e Planejamento, dia 17; Educação e Fundação Florestan Fernandes, dia 19; e, por fim, com aposentadas e aposentados, dia 23.

Todas as plenárias setoriais aconteceram de forma virtual, através do aplicativo Zoom, como forma de reunir o maior número de pessoas levando em conta as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). E assim aconteceu também a assembleia geral da categoria dando início à campanha salarial 2021, nesta quinta-feira (25), com a participação de cerca de 90 funcionárias e funcionários públicos de Diadema.

Ritchie Soares, presidente do Sindema, afirmou que a sobrevivência da categoria é o principal desafio neste momento. Ele diz que a partir do cenário que está estabelecido no Brasil desde 2016, com o congelamento de gastos públicos, reforma trabalhista, reforma da Previdência, e propostas de emenda à constituição como as PECs 173 e 186, reforma administrativa, a luta das funcionárias e funcionários públicos de Diadema e de todo país é “sobreviver a todos esses ataques, além de enfrentar a maior pandemia da história”.

Sobre as plenárias setoriais, Ritchie declarou que elas são importantes por que permitem dialogar com os vários segmentos da PMD. “Escutar as demandas especificas dentro de cada local de trabalho, dada a complexidade dos atendimentos realizados e dos serviços prestados é fundamental nesta etapa da campanha salarial”, disse.

O presidente do Sindema convocou a categoria a se apropriar do debate e participar ativamente da campanha salarial. Disse que só será possível conquistar avanços na pauta de reivindicações com o funcionalismo unido, através da luta e das mobilizações.

Vice-presidente do Sindema, Estela Baptista, afirma que em ano de pandemia, com crises econômica e política, “garantir direitos e manter a base mobilizada é a única maneira de avançar na luta em defesa do serviço público de qualidade e do funcionalismo”. Em sua opinião, é essencial barrar o desmonte dos serviços públicos promovido por governo neoliberais. Estela lembrou que a pandemia mostrou que quem esteve na linha de frente do combate à pandemia desde o início, atendendo a população, foram as trabalhadoras e trabalhadores do Sistema Único de Saúde.

Shedd Pegáz, secretário Administrativo e Financeiro disse que este ano a campanha salarial traz grande expectativa para a categoria, que está há 3 anos sem reajuste salarial e espera uma postura diferente do novo governo. Shedd afirmou que é necessário criar uma mesa de negociação com a PMD que seja “permanente e representativa”. Ele acredita no bom diálogo para que seja assinado um bom acordo. E acredita que, diante da pandemia, a PMD deve encarar a situação com medidas rápidas e eficientes, com objetivo de salvar a vida das pessoas.

Mara Neide, secretária-geral do Sindema, afirma que toda campanha salarial é importante. Mas afirma que este ano, por tudo que estamos vivendo, ela é diferente. “Este ano a situação é mais crítica, e nós precisamos criar um cinturão de luta contra a retirada de direitos que é o que está batendo à nossa porte neste momento”, declarou.

De acordo com Mara, a população de Diadema viveria uma tragédia sem o atendimento ao serviço público, ainda mais depois do desmonte promovido pelo ex-prefeito Lauro Michels em todos as áreas de interesse social como Educação, Infraestrutura e, principalmente, Saúde. “O funcionalismo de Diadema tem hoje o desafio de se reinventar. Nós precisamos lutar todas e todos juntos para vencer a pandemia e proteger o serviço público, defender os direitos da nossa categoria. Para isso, precisamos de persistência e sabedoria para trabalhar na adversidade”, concluiu.

Encerrada a etapa das plenárias setoriais e concluída a assembleia geral, a direção do Sindema entregará um ofício junto à PMD protocolando a pauta de reivindicações. A seguir, tem início as rodadas de negociação.

O resumo da pauta de reivindicações aprovada em assembleia nesta quinta (25): reposição da Inflação de 14, 73% (inflação acumulada no período de 2019 a 2021), sendo data-base março/2019: 3,94%, data-base março/2020: 3,92%, data-base março/2021: 6,22%, acumulado INPC do período: 14,73%; o pagamento de vale-alimentação de acordo com valor da cesta básica do DIEESE (hoje vale-alimentação é R$ 325,05/ cesta básica do DIEESE para a cidade de São Paulo em janeiro/2021 – R$ 654,15); reajuste no vale-refeição e pagamento para todas e todos os servidores; reajuste de 12% no valor do subsídio do Convênio Médico e pagamento para todas e todos os servidores, independente da adesão ao convenio médico oferecido pelo Sindicato; adequação do piso salarial de R$ 1.106,15 para R$ 1.272.60 (referência 2) (extinção da referência 1 com enquadramento dos/as Agentes de Serviços de Cozinha I na referência salarial 2); e a garantia de 10% das vagas disponíveis para todas e todos os servidores municipais de baixa renda e sem moradia na demanda prioritária da PMD para atendimento pelos programas habitacionais.