Sábado, 27 de Abril de 2024
Prefeitura adota o Saresp do governo estadual

Da mesma forma que a municipalização e a proposta de aumento da carga horária dos professores, esta foi mais uma opção equivocada da Educação, seguindo a trilha do governo do estado.

A Câmara aprovou projeto enviado pela Prefeitura durante o recesso dos professores instituindo nas escolas municipais de Diadema o Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar) do governo estadual. O projeto só recebeu um voto contrário, da vereadora Irene dos Santos.

Sistema busca resultados quantitativos - Quais os problemas do Saresp? “Ele tende a moldar a escola para os alunos conseguirem melhores resultados nos exames. E se o objetivo do ensino for conquistar notas boas para os alunos, ele perde sua finalidade de transmissão do saber e produção do conhecimento”, ponderou a presidente da Apeoesp Maria Isabel Noronha.

Outra crítica é que o governo estadual muda constantemente os critérios e as metodologias para conseguir resultados quantitativos que impressionem a população e criar parâmetros para definir prêmios e bônus às/ aos professoras/es.

O governo do estado também usa o Saresp para maquiar os problemas na rede de ensino, pressionando alunas/os e professoras/es a aprofundar conteúdos voltados para a prova com o objetivo de conseguir resultados positivos que se convertam em bônus e prêmios para as/os professoras/es.

Modelo deseduca e promove caça culpados - As avaliações externas com base nas notas dos alunos não levam em conta as condições das escolas e de seus sistemas. Isso faz com que os alunos e professores sejam considerados “culpados” pelos maus resultados.

Os resultados das avaliações externas podem indicar quais as políticas que devem ser adotadas para melhor as escolas. Mas o governo estadual usa a avaliação para premiar alguns professores com bônus e culpar a maioria pelos maus resultados. Isso apenas cria competitividade entre as/os professoras/es e não estimula a melhoria do ensino na rede.

Existe o SAEB (Sistema de Avaliação do Ensino Básico), do Ministério da Educação, mas a Prefeitura quer a avaliação estadual. O ideal é avaliação interna. Para as/os educadoras/es, o ideal é a própria escola medir seus resultados educacionais, pois cada uma possui realidade diferente e suas/seus alunas/os e professoras/es possuem características que se relacionam com o meio onde estão. As avaliações externas, padronizadas, não captam essas questões.

As escolas devem seguir normas fixadas pelo sistema central de ensino e ter autonomia para formular, gerir e avaliar seu projeto político-pedagógico. Se o sistema centralizado de avaliação não respeitar essas condições, ele será apenas quantitativo. “A avaliação ligada à aprendizagem só pode ser interna e vinculada com o processo de ensino. Por isso, só pode ser realizada pelos professores. Para que isso ocorra, esse deve ser um aspecto central da formação docente”, advertiu Juan Casassus, especialista em educação da Unesco para a América Latina e Caribe.


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