Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Sob pancadaria, Saúde é terceirizada em Diadema

O plenário da Câmara de Diadema foi palco de pancadaria entre integrantes do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema) e a GCM (Guarda Civil Municipal), sem que ninguém ficasse ferido gravemente.

Durante sessão em que foi aprovada proposta do prefeito Lauro Michels (PV) de terceirizar a gestão da Saúde, dirigentes sindicais e guardas-civis entraram em confronto em três oportunidades. Gás de pimenta foi utilizado pelos GCMs, enquanto funcionários atiraram cadeiras, ovos e garrafas cheias d’água em direção aos vereadores e guardas.

GCMs foram acionados pelo presidente da Casa, José Dourado (PSDB), para garantir a votação do projeto de lei. Na semana passada, manifestantes invadiram o plenário e impediram que o texto fosse avalizado em definitivo, transferindo para ontem a decisão final sobre o polêmico artigo.

Com a Câmara lotada – aproximadamente 400 pessoas –, o primeiro confronto foi registrado às 15h. Representantes do Sindema criticaram a presença de integrantes de torcida organizada do Esporte Clube Água Santa, que apoiavam a terceirização da gestão da Saúde. Também contestaram a presença do secretário de Esportes, Antônio Marcos Ferreira, o Marquinhos da Liga (SD), na sessão, ignorando expediente em sua Pasta. A presidência do Legislativo suspendeu a sessão por uma hora.

Assim que os trabalhos foram reabertos, novo conflito foi registrado. Desta vez entre manifestantes e guardas-civis. A briga logo foi apartada, principalmente porque Dourado solicitou nova interrupção da sessão, por 30 minutos.

Passada meia hora, Dourado iniciou a leitura da votação do projeto de lei. Aos gritos, representantes do Sindema ficaram com ânimos exaltados. Exigiram que os vereadores retirassem da pauta o texto, o que não foi atendido. Então, tentaram, assim como na semana passada, invadir o plenário.

Só que, desta vez, cordão de isolamento tinha sido feito pela GCM. Alguns servidores pressionaram pela entrada, empurrando os escudos. Guardas-civis reagiram com truculência. Um deles utilizou gás de pimenta no rosto de um dos manifestantes. A confusão se generalizou, com parte dos presentes no plenário atirando ovos, garrafas e cadeiras nos guardas. Outros deixaram a Câmara por não conseguir respirar.

A sessão ficou novamente paralisada, por mais 30 minutos, até que houvesse dispersão do confronto. Só então Dourado conseguiu colocar em votação o projeto de lei. Onze vereadores foram favoráveis ao item, número mínimo exigido pela legislação municipal. Nove votaram contra. O texto segue para sanção do prefeito.


Exaltados, Márcio e Josa quase chegam às vias de fato

O clima hostil presente no Legislativo de Diadema quase levou os vereadores Márcio da Farmácia (PV) e Josa Queiroz (PT) às vias de fato durante protestos dos manifestantes contrários à proposta de terceirização da gestão da Saúde.

Irritado após ter sido atingido por uma caixa de papelão atirada da plateia, Márcio, que é governista, foi tirar satisfação com Josa, um dos líderes da oposição.

“Não concordo com essa postura dessas pessoas ligadas ao Sindema, que estão motivando confronto. Vocês precisam ter coerência”, reclamou o verde.

O petista, indignado, rebateu: “E vocês, que colocaram o Marquinhos da Liga (secretário de Esportes), que está aqui somente para ameaçar os outros? Não venha cobrar nada.”

O bate-boca se prolongou e os parlamentares partiram para ofensas pessoais, com xingamentos. A briga física entre os parlamentares foi evitada pelos outros parlamentares, que correram para separar a troca de ofensas que perdurou por quase cinco minutos.

De volta à função de parlamentar no início do mês, após cerca de três meses afastado por problemas médicos, Márcio da Farmácia era um dos mais consternados, demonstrando constante insatisfação diante dos protestos. Saiu às pressas, sem falar com a imprensa sobre o ocorrido.

Já Josa, ao fim da sessão, explicou que a troca de ofensas ocorreu “devido ao clima” no plenário. Garantindo não ter se exaltado, o petista ressaltou que “é firme” em defender posições. Sobre o rival político, amenizou. “Gosto do Márcio e vamos seguir trabalhando juntos pelos projetos da cidade”, justificou o petista.


Secretário de Lauro abandona expediente e causa discórdia

Secretário de Esportes em Diadema, Antônio Marcos Ferreira, o Marquinhos da Liga (SD), ignorou expediente na Prefeitura e foi um dos protagonistas da pancadaria generalizada na Câmara, durante votação do projeto de terceirização da gestão da Saúde na cidade.

Por volta das 15h – horário de expediente na administração –, sua presença foi notada pelos dirigentes do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema) e pelos vereadores do PT, que começaram a acusá-lo de ameaçar os manifestantes contrários à proposta.

Procurado, o secretário esquivou-se. “Só estou aqui de passagem. Não sei de nada.”

Conforme o decorrer dos protestos, as contestações em torno de Marquinhos aumentavam. Quase uma hora depois, os vereadores petistas voltaram a pedir que deixasse a Casa, o que acabou ocorrendo sob escolta dos guardas-civis municipais e vaias.

Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), condenou sua participação no local. “Já existe uma dificuldade muito grande e ele não pode vir aqui com esse comportamento, quando deveria estar cumprindo expediente”, reclamou.

Josa Queiroz (PT) prometeu denunciar o secretário no Ministério Público. “Vamos encaminhar um ofício, uma vez que estava em horário não compatível com função na administração. O Marquinhos é reincidente em desagregar. É para isso que ele serve.”

Líder do governo Lauro Michels (PV) na Casa, Atevaldo Leitão (PSDB) evitou responder sobre a presença do titular dos Esportes. “Não sabia que ele vinha.”

Questionada sobre a presença de Marquinhos no Legislativo durante horário normal de trabalho, a Prefeitura não respondeu aos questionamentos da equipe do Diário. 

 

Fonte: DGABC


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