Sexta-Feira, 29 de Marco de 2024
Em meio a tumulto, projeto que autoriza OSs é aprovado em 2ª votação em Diadema

Foi marcada por muito tumulto, empurra-empurra e até uso de spray de pimenta a sessão em que os vereadores de Diadema aprovaram com 11 votos favoráveis e nove contrários o projeto do Executivo que autoriza a contratação de Organizações Sociais (OSs) para administrar os equipamentos de saúde da cidade. Mesmo antes do início dos trabalhos, cerca de 400 pessoas ocupavam o plenário e muitos ficaram do lado de fora, pois não havia mais espaço.

A leitura habitual da ordem do dia foi feita sob vaias, apitaço e sirenes. Os manifestantes não fizeram silencio nem por um momento. Os vereadores suspenderam a leitura de requerimentos e o vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), solicitou que o projeto mais polêmico do dia fosse o primeiro a ser votado, mesmo estando como segundo item na ordem do dia.

Por volta de 15h, a diretora do Sindicato dos Funcionários Públicos (Sindema) Ana Maria Santos pulou a mureta que separa o plenário da platéia e houve princípio de tumulto entre os guardas civis municipais que faziam cordão de isolamento em frente às meses e as pessoas na plateia. A sessão ficou suspensa por pelo menos uma hora e meia. Na volta dos trabalhos outro início de tumulto e bate boca entre vereadores manteve os ânimos exaltados.

Quando finalmente foi votado o projeto, os presentes atiraram contra os vereadores papéis, caixas de papelão, garrafas com água e até ovos. Quando uma garrafa atingiu o escudo de um Gcm, o guarda avançou com o equipamento contra os manifestantes e instalou-se uma confusão generalizada. Os guardas usaram cassetete e spray de pimenta, o que acabou dispersando o tumulto.

A sessão voltou a ser interrompida por ao menos mais uma hora. Oposição e situação trocavam acusações sobre os responsáveis pela confusão. O líder do governo, Atevaldo Leitão (PSDB), acusou o PT e especialmente o vereador Josemundo Dario Queiroz, o Josa (PT), a incitar as pessoas.

Em contrapartida, Josa acusou o secretário de Esportes, Antonio Marcos Ferreira da Silva, o Marquinhos, de ter infiltrado torcedores do Água Santa para agredir os trabalhadores. “É uma pessoa irresponsável que já demonstrou que não sabe lidar com os outros. Deveria estar na Secretaria de Defesa Social”, afirmou.

Estatuto adiado

O projeto que altera o estatuto dos funcionários e permite que concursados prestem serviço para as OSs foi retirado da pauta e adiado por três sessões. O texto precisa de 14 votos a favor e o governo avaliou que não haveria tempo para convencer os vereadores da oposição a mudar de opinião com relação à primeira votação. “Cada chefia deve conversar com seus funcionários e explicar que essa é uma boa mudança. Ninguém vai poder trabalhar para as OSs se não for aprovado”, ponderou o presidente da Casa, José Dourado (PSDB).

Para o presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, a derrota com o aprovação do projeto ao qual o sindicato era contra não vai desmobilizar os funcionários. “Vamos fazer um dia de paralisação no dia 29 e vamos continuar na luta. Quando for contratada a OSs, vamos nos manifestar e também entrar na Justiça contra a alteração do estatuto, se for aprovada”, declarou.

Sessão agitada

A sessão de ontem (21) na Câmara de Diadema foi agitada do início ao fim. Inconformados com a aprovação do projeto que autoriza o Executivo a contratar Organizações Sociais (OSs) para atuar nos equipamentos da rede de Saúde da cidade, o oposicionista José Antonio da Silva (PT) afirmou que o governo já tinha a maioria e que não precisava “humilhar a população” com a presença da Guarda Civil Municipal (GCM).

De tão exaltado, Zé Antonio foi responder a chamada e ao invés de dizer “presente” gritou: “não”. Mais tarde, os vereadores Josemundo Dário Queiroz, o Josa (PT), e Márcio Giudício, o Márcio da Farmácia (PT), quase chegaram às vias de fato durante discussão no plenário. Após dois inícios de confronto entre população e guardas civis municipais, o verde foi reclamar para o petista que não aprovava aquela situação. Josa respondeu que não concordava que a vontade da população (contrária ao projeto) fosse desrespeitada. Os dois gritaram um com outro e tiveram de ser separados por outros parlamentares.

Fonte: Diário Regional


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