Quinta-Feira, 28 de Marco de 2024
Vereadores de Diadema reajustam salários em 49%

Os vereadores de Diadema ignoraram a crise econômica pela qual o País passa e que reflete diretamente nos cofres municipais e, ontem, às pressas, aprovaram por unanimidade reajuste de 49% nos salários parlamentares. A medida, que passa a valer em 2017 (na próxima legislatura), faz com que os vencimentos saltem de R$ 10.192,10 para R$ 15.193,27 e traga impacto anual de R$ 1,26 milhão às contas da Prefeitura, responsável pela transferência de recursos ao Legislativo.

O aval dado por todos os vereadores ao reajuste salarial foi concretizado em sessão extraordinária realizada na noite de ontem e definida horas antes pelos parlamentares – o tema entrou em pauta após plenária tensa, com longo debate sobre políticas habitacionais do governo Lauro Michels (PV).

O presidente da Câmara, José Dourado (PSDB), colocou o projeto em votação alegando ter respaldo da Constituição Federal, que permite a majoração salarial na próxima legislatura e com percentual de 60% do subsídio destinado ao deputado estadual. “O projeto foi votado e aprovado porque o artigo 29 (da Constituição) nos garante isso. Em 2017, quem tiver a sorte de voltar para essa Casa e se a economia oferecer condições, será contemplado. Não sei quem será o presidente, mas quem estiver na minha função terá a responsabilidade de avaliar se cabe ou não (o reajuste no Orçamento)”, detalhou o tucano, dizendo ter olhar otimista na recuperação da economia.

A peça orçamentária da Câmara de Diadema para este ano está avaliada em R$ 32 milhões. Em quatro anos, por exemplo, somente o aumento salarial custará R$ 5 milhões adicionais aos cofres públicos.

A defesa ao reajuste não ficou restrita a Dourado. “O texto foi aprovado, mas não será usado caso não seja possível. Por exemplo, o projeto de 13º salário está aprovado e, como não tinha recurso, não paguei, assim como o Zé (Dourado) não teve, e também não pagou. Essa Casa jamais vai ultrapassar o limite que venha prejudicar o interesse da população”, disse Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), ex-presidente do Legislativo.

Líder do governo Lauro, Atevaldo Leitão (PSDB) afirmou que sempre foi a favor do aumento. “Se é para diminuir salário como forma de querer ser demagogo, eu prefiro propor a diminuição do número de vereadores aqui em Diadema”. Lilian Cabrera (PT) declarou que nenhum vereador está legislando em causa própria. “No ano que vem, vamos pleitear a reeleição e não sabemos o resultado.”

EXEMPLO
Enquanto Diadema aumentou em 49% os salários dos vereadores, a Câmara de Santo Antônio da Platina, no Paraná, foi pressionada pela população a reduzir os vencimentos dos parlamentares. Projeto original previa acréscimo de R$ 3.700 para R$ 7.500 no contracheque dos políticos, mas a Casa foi obrigada a cortar gastos. Agora, cada vereador vai receber R$ 970.

Foto: SINDEMA/Manifestação contra as OSs

Fonte: DGABC/Caio dos Reis


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